Por que "Marina vai para escola"?


Seja bem-vindo ao blog "Marina vai para escola". Somos um grupo de futuras professoras, estudantes de Pedagogia na UniCesumar - Londrina.


A ideia do "Marina vai para escola" surgiu da proposta da Atividade de Estudo Programa (AEP) na qual precisávamos desenvolver um portfólio avaliativo digital  com atividades que fossem destinadas para toda a turma, incluindo a Marina. A primeira parte do trabalho tem como título: "Autismo e a garantia dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento mediante a avaliação pelo portfólio na Educação Infantil", e, como objetivo geral: elaborar um guia para a construção de portfólio para a Educação Infantil com atividades sobre os cinco sentidos, para crianças com e sem autismo.


Após realizar a pesquisa encontramos no blog uma solução para apresentar o portfólio para a família e ainda aproximá-la da escola. Propomos cinco sugestões de atividades descritas em planos de aula. Por fim, apresentamos um site para se fazer o portfólio digital com a participação ativa dos alunos.


Marina é uma menina que ainda não possui um diagnóstico fechado, mas, segundo relato da mãe, há a probabilidade de ser diagnosticada com autismo. Assim, as atividades propostas por aqui tentam apontar soluções para atender os desafios que as professoras enfrentam atualmente com a Marina, tanto no que se refere ao autismo quanto a garantia dos direitos de aprendizagem no processo de avaliação na Educação Infantil.


Partimos do princípio de que a sala de aula precisa estar preparada para receber a Marina. Desta forma, indicamos que a sala seja dividida em cantos temáticos. Para Horn (2007) a organização da sala de aula expressa as concepções daqueles que o organizam, devendo ser entendida como uma dimensão do trabalho pedagógico. A sala de aula quando organizada em cantos temáticos favorece o desenvolvimento de uma criança ativa, participativa, que é provocada a sentir e a resolver desafios, seguindo o que propõem a Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017) para a Educação Infantil.


Assim, este blog se mostra relevante na medida em que foi apresentado o caso da Marina, e a partir dele buscou-se encontrar soluções para a elaboração de um guia para o professor de um portfólio digital com atividades sensoriais, como forma de garantia dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento, por meio de uma avaliação formativa, para crianças com autismo, assim como na estimulação do sistema sensorial, área bastante afetada em autistas. 


Um ensino inclusivo ocorre quando a escola respeita a pluralidade das crianças e se propõe a adequar o seu espaço de forma a atendê-las e não o contrário, buscando desenvolver uma criança protagonista do seu aprendizado. O portfólio na Educação Infantil faz-se necessário ao dar foco para o desenvolvimento da aprendizagem da criança. Desta maneira, os autistas estão incluídos quando avalia-se a evolução de forma individual e não usando a comparação como método de avaliação. 


Definição de Portfólio:


Villas Boas (2015) acredita que o portfólio seja o procedimento que preza pela avaliação formativa. Segundo a autora, o portfólio pode ser definido como um conjunto de atividades produzidas pelo educando no qual demonstram o desenvolvimento da aprendizagem. Porém, o portfólio não se resume a esta definição, de modo que Villas Boas (2003) complementa considerando o portfólio como alicerce que organiza o processo pedagógico. Nesse sentido, Gaspar (2010) defende que o portfólio é uma organização das aprendizagens e experiências da criança consideradas relevantes, registradas de forma sistemática. O seu uso faz com que a relação professor-aluno se torne dialógica, uma vez que o portfólio é construído por ambos durante as situações de aprendizagem.


Por que atividades sensoriais?


A escola precisa oferecer condições adequadas que permitam o desenvolvimento cognitivo, intelectual e social de todos os alunos, com ou sem autismo. Visto que, a primeira forma da criança conhecer o mundo é explorando-o por meio do seu corpo. Portanto, é papel do professor possibilitar que a criança vivencie as experiências por meio do corpo. 


Todavia, em crianças autistas o sistema sensorial é afetado por uma desregulação no neurodesenvolvimento, como explica Gaiato (2018). Desta maneira, a pesquisa buscou encontrar atividades que melhorem a interação no ambiente escolar dos autistas, dando enfoque no caso da Marina. Ela é uma menina que foi apresentada com um possível diagnóstico de autismo e possui diversos comportamentos que dificultam avaliar o seu desenvolvimento.


Um dos problemas encontrados em crianças autistas são as alterações dentro do sistema sensorial. Ficou decidido que as atividades seriam em cima da temática: os cinco sentidos, visto que, a criança com autismo precisa ser estimulada a organizar as informações que recebe do meio e são interpretadas pelo sistema sensorial.


REFERÊNCIAS: 


BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em:

http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_sit

e.pdf. Acesso em: 22 set. 2020.


GASPAR, Daniela Mafalda Pires. Avaliação das crianças na educação pré-escolar: uso do portfólio como instrumento de avaliação. 2010. Dissertação. Universidade de Minho. Instituto de Educação. Braga. 2010. Disponível em: https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/14578/1/TESE%20FINAL.pdf. Acesso em: 25 set. 2020.


GAIATO, Mayra. S.O.S autismo: guia completo para entender o Transtorno do

Espectro Autista. São Paulo: nVersos, 2018


HORN, Maria da Graça Souza. Sabores, cores, sons, aromas: a organização dos espaços na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2007.


VILLAS BOAS, Benigna Maria de Freitas. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico. Campinas: Papirus Editora, 2015.


VILLAS BOAS, Benigna Maria de Freitas. Repensando a Avaliação no Curso de Pedagogia: o portfólio como uma prática possível. Estudos em Avaliação Educacional, n. 27, jan-jun/2003. Disponível em: http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/eae/arquivos/1191/1191.pdf. Acesso em 19 nov. 2020.


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